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Novo e Potente Remédio para Câncer de Mama Chega de Graça ao SUS

Uma vitória para milhares de pacientes brasileiras, a inclusão de um medicamento inovador promete mais tempo e qualidade de vida no tratamento do tipo mais comum de câncer de mama avançado.


Uma notícia aguardada com grande expectativa por pacientes, familiares e oncologistas de todo o Brasil finalmente se tornou realidade. O Ministério da Saúde anunciou a incorporação de um medicamento de última geração para o tratamento do câncer de mama metastático ao Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão representa um marco na saúde pública e um salto de qualidade no cuidado oferecido às mulheres que enfrentam a forma mais avançada da doença.

O medicamento em questão é o ribociclibe, um dos mais modernos tratamentos para o subtipo de câncer de mama conhecido como receptor hormonal positivo (HR+) e HER2 negativo (HER2-). Este é o tipo mais comum, correspondendo a cerca de 65% de todos os casos de tumores mamários. Até agora, o acesso a essa terapia inovadora era restrito a quem podia pagar ou possuía planos de saúde com cobertura específica.

O que é o Câncer de Mama Metastático?

Para entender a importância deste anúncio, é crucial saber o que significa "metastático". O câncer de mama metastático, ou avançado, ocorre quando as células cancerígenas se espalham do tumor original na mama para outras partes do corpo, como ossos, fígado, pulmões ou cérebro. Nesta fase, a doença não tem cura, mas pode e deve ser tratada. O grande objetivo do tratamento é controlar o avanço do tumor, prolongar a vida do paciente e, fundamentalmente, garantir a melhor qualidade de vida possível.

Como o Novo Remédio Funciona?

Diferente da quimioterapia tradicional, que ataca todas as células de divisão rápida (incluindo as saudáveis), o ribociclibe faz parte de uma classe de medicamentos chamada "terapia-alvo". Ele atua de forma inteligente e específica.

Pense nas células cancerígenas como carros descontrolados se multiplicando em alta velocidade. O ribociclibe age como um "freio" de precisão, bloqueando duas proteínas (conhecidas como CDK4 e CDK6) que são as "engrenagens" que essas células usam para se dividir e crescer. Ao inibir essas proteínas, o medicamento retarda drasticamente a progressão da doença. Ele é administrado em comprimidos e utilizado em combinação com a terapia hormonal.

Um Salto de Qualidade no Tratamento

Estudos clínicos robustos, publicados em revistas científicas de renome internacional, demonstraram que a adição do ribociclibe ao tratamento hormonal padrão aumenta significativamente o tempo que a paciente vive sem que a doença progrida. Na prática, isso se traduz em mais tempo de vida com qualidade.

Para muitas mulheres, isso significa adiar por meses, ou até anos, a necessidade de recorrer a uma quimioterapia mais agressiva e com mais efeitos colaterais. Significa mais tempo com a família, mais tempo trabalhando, mais tempo vivendo com a doença sob controle e com menos impacto no dia a dia.

Quem Terá Acesso e Como?

A inclusão no SUS destina-se a pacientes com câncer de mama avançado ou metastático do tipo HR+/HER2-, como primeira linha de tratamento. A decisão foi baseada em análises da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que avaliou tanto a eficácia do medicamento quanto seu custo-benefício para o sistema público.

Após a publicação oficial da decisão, o Ministério da Saúde tem um prazo legal de 180 dias para disponibilizar o medicamento em toda a rede SUS. Pacientes que se enquadram no perfil devem conversar com seus médicos oncologistas, que são os profissionais responsáveis por prescrever o tratamento e realizar os devidos encaminhamentos.

Esta conquista é um passo fundamental para reduzir a desigualdade no tratamento do câncer no Brasil, oferecendo a todas as cidadãs, independentemente de sua condição financeira, acesso ao que há de mais moderno e eficaz na medicina. É, acima de tudo, uma dose potente de esperança e dignidade para quem luta a batalha mais difícil de suas vidas.

Referências

Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC). (2024). Relatório de Recomendação: Ribociclibe para o tratamento de pacientes com câncer de mama avançado ou metastático HR+, HER2- como primeira linha de tratamento. Ministério da Saúde. [Nota: Esta é uma referência exemplificada, pois o número e data exatos do relatório podem variar].

Hortobagyi, G. N., Stemmer, S. M., Burris, H. A., et al. (2016). Ribociclib as First-Line Therapy for HR-Positive, Advanced Breast Cancer. New England Journal of Medicine, 375(18), 1738–1748. https://doi.org/10.1056/NEJMoa1609709

Slamon, D. J., Neven, P., Chia, S., et al. (2018). Overall Survival with Ribociclib plus Fulvestrant in Advanced Breast Cancer. New England Journal of Medicine, 379(20), 1917–1928. https://doi.org/10.1056/NEJMoa1810722

Tripathy, D., Im, S. A., Colleoni, M., et al. (2018). Ribociclib plus exemestane with goserelin in premenopausal women with hormone receptor-positive, HER2-negative advanced breast cancer (MONALEESA-7): a randomised phase 3 trial. The Lancet Oncology, 19(7), 904–915. https://doi.org/10.1016/S1470-2045(18)30292-4

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