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Orgulho Nacional: A um Passo da Independência, Vacina 100% Brasileira Contra a Covid Entra na Reta Final

Em um marco histórico para a ciência e a saúde pública do Brasil, a primeira vacina contra a Covid-19 totalmente desenvolvida no país está avançando para a fase final de testes em humanos. A SpiN-Tec, criada por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Fiocruz, não só representa um passo gigante rumo à soberania nacional na produção de imunizantes, mas também traz uma tecnologia inovadora que promete maior proteção contra as futuras variantes do coronavírus.


Desde o início da pandemia, o Brasil dependeu da importação de tecnologia e insumos para vacinar sua população. Agora, esse cenário está prestes a mudar. Após anos de pesquisa e resultados promissores nas etapas iniciais, a SpiN-Tec superou com sucesso os testes de segurança e de resposta imune das fases 1 e 2, recebendo o sinal verde para iniciar a fase 3, a última e mais ampla antes de uma possível aprovação para uso na população.

Este avanço coloca o Brasil no seleto grupo de países capazes de desenvolver uma vacina do zero, desde a bancada do laboratório até os testes em larga escala. É a concretização de um esforço que envolveu centenas de cientistas e voluntários, consolidando a capacidade técnica nacional de responder a futuras emergências sanitárias.

Uma Estratégia Diferente e Mais Robusta

O que torna a SpiN-Tec tão especial não é apenas sua origem, mas sua "engenharia". A maioria das vacinas de primeira geração contra a Covid-19 foca exclusivamente em treinar nosso sistema imunológico a reconhecer a proteína Spike (S) do coronavírus, que é a "chave" que ele usa para entrar em nossas células. O problema é que essa proteína é a parte do vírus que mais sofre mutações, dando origem a novas variantes que podem, por vezes, escapar da proteção vacinal.

Os cientistas da UFMG, liderados pelo pesquisador Ricardo Gazzinelli, adotaram uma abordagem mais engenhosa. A SpiN-Tec utiliza uma "proteína quimera", que é a fusão de duas proteínas do coronavírus: a famosa Spike (S) e a proteína do Nucleocapsídeo (N).

A proteína N é uma parte mais interna e estável do vírus, que não costuma mudar tanto quanto a Spike. Ao apresentar essas duas proteínas juntas ao sistema imune, a vacina induz uma resposta dupla:

  • Produção de anticorpos: que neutralizam o vírus (a defesa principal gerada pela proteína S).
  • Imunidade celular (células T): que aprende a reconhecer e destruir as células já infectadas pelo vírus (uma resposta potente estimulada pela proteína N).

Essa estratégia de imunidade celular é o grande trunfo da SpiN-Tec, pois pode garantir uma proteção mais ampla e duradoura, mesmo contra futuras variantes do coronavírus.

A Jornada de Sucesso Até a Reta Final

O caminho até aqui foi rigoroso. Na fase 1 dos estudos, com dezenas de voluntários, o foco foi garantir a segurança do imunizante, que não apresentou efeitos adversos graves. A fase 2, com cerca de 320 participantes, confirmou a segurança e demonstrou que a vacina é "imunogênica", ou seja, capaz de gerar uma forte resposta de defesa no organismo.

Agora, na fase 3, a SpiN-Tec será testada em aproximadamente 5.300 voluntários de diferentes regiões do Brasil. Nesta etapa, os pesquisadores irão comprovar em larga escala a eficácia da vacina em proteger contra a doença, comparando o grupo vacinado a um grupo que recebe placebo.

Vantagens que Vão Além da Proteção

Além da tecnologia inovadora, a SpiN-Tec carrega vantagens práticas imensas para um país como o Brasil. Os estudos mostraram que ela é mais barata de produzir e, principalmente, mais fácil de armazenar.

Diferente de algumas vacinas que exigem supercongeladores, a SpiN-Tec se mantém estável em geladeiras comuns (entre 2°C e 8°C) por até dois anos e pode, inclusive, resistir por dias em temperatura ambiente. Isso facilita enormemente a logística de distribuição para os locais mais remotos do país.

"O grande legado desse programa é a autonomia", afirmou o professor Ricardo Gazzinelli. "Aprendemos o caminho de levar uma vacina da bancada de pesquisa até a Anvisa. E reforçamos uma verdade já comprovada: vacinas salvam vidas."

Se os resultados da fase final forem positivos, a expectativa é que a SpiN-Tec possa ser submetida à aprovação da Anvisa e esteja disponível para a população a partir de 2027, garantindo ao Brasil não apenas uma nova ferramenta contra a Covid-19, mas a independência para proteger seus cidadãos em futuras pandemias.

Referências

* Agência Brasil. (2025, 21 de maio). Primeira vacina 100% nacional contra covid-19 conclui fase 2 de testes. Radioagência Nacional. Recuperado de https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/saude/audio/2025-05/primeira-vacina-100-nacional-contra-covid-19-conclui-fase-2-de-testes

* Correio Braziliense. (2025, 9 de outubro). Primeira vacina 100% brasileira contra covid-19 entra na fase final de estudos. Recuperado de https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2025/10/7267253-primeira-vacina-100-brasileira-contra-covid-19-entra-na-fase-final-de-estudos.html

* Fiocruz. (2022, 30 de agosto). Covid-19: testes da vacina SpiN-TEC em humanos devem começar em breve. Recuperado de https://fiocruz.br/noticia/2022/08/covid-19-testes-da-vacina-spin-tec-em-humanos-devem-comecar-em-breve

* Universidade Federal de Minas Gerais. (2025, 15 de maio). Vacina da UFMG SpiN-TEC finaliza com sucesso fase 2 dos testes clínicos. Recuperado de https://ufmg.br/comunicacao/assessoria-de-imprensa/release/vacina-da-ufmg-spin-tec-finaliza-com-sucesso-fase-2-dos-testes-clinicos

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