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O Primeiro Barco a Hidrogênio do Mundo com Tecnologia GWM na COP30

Uma nova era para a navegação global está prestes a ser inaugurada em águas brasileiras. Em um movimento que posiciona o Brasil na vanguarda da transição energética, o país se prepara para apresentar ao mundo a primeira embarcação movida a hidrogênio verde, o Explorer H1. O lançamento, um marco histórico para a indústria marítima, ocorrerá durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), e conta com a robusta tecnologia da gigante automotiva Great Wall Motor (GWM).



Fruto de uma colaboração estratégica entre o Grupo Náutica, por meio de sua unidade de negócios JAQ Apoio Marítimo, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a GWM, o projeto não apenas demonstra a viabilidade do hidrogênio como combustível marítimo, mas também sinaliza um passo decisivo na descarbonização de um dos setores que mais emitem gases de efeito estufa globalmente.

A Tecnologia por Trás da Revolução

O coração do Explorer H1 é um avançado sistema de célula de combustível de hidrogênio desenvolvido pela FTXT, uma subsidiária da GWM especializada em tecnologias de energia limpa. Este sistema opera como uma usina de força a bordo: o hidrogênio (H₂), armazenado em cilindros, é direcionado para a célula de combustível, onde reage com o oxigênio (O₂) do ar.

Diferente de um motor a combustão, este processo eletroquímico não gera queima, mas sim eletricidade para alimentar os sistemas da embarcação, calor e, como único subproduto, água pura (H₂O). A tecnologia da FTXT se destaca por sua concepção modular, permitindo escalabilidade para diferentes portes de embarcações, e pela alta durabilidade, com grau de proteção IP67, que garante resistência às adversas condições do ambiente marinho, como salinidade e umidade.

Inicialmente, durante a COP30, o Explorer H1 funcionará como uma vitrine tecnológica flutuante. O sistema a hidrogênio irá alimentar toda a sua "hotelaria" — iluminação, climatização, sistemas de cozinha e entretenimento — com zero emissão de carbono, oferecendo aos líderes globais uma demonstração tangível do futuro da navegação sustentável.

Um Projeto em Fases para um Futuro Navegável

O lançamento do Explorer H1, uma embarcação de 36 metros, é apenas a primeira fase de um projeto ambicioso. Após a conferência, a embarcação será equipada com um sistema de propulsão híbrido a hidrogênio, reduzindo drasticamente as emissões de sua operação de deslocamento.

A segunda fase do projeto contempla a introdução do Explorer H2, um navio de 50 metros que representa o objetivo final da iniciativa: a autonomia completa. A embarcação será projetada para produzir seu próprio hidrogênio verde a bordo por meio de eletrolisadores, utilizando a água do mar e fontes de energia renovável para alimentar o processo. Esta capacidade eliminará a dependência de infraestrutura portuária para reabastecimento, tornando a navegação de longa distância verdadeiramente autossustentável e com impacto ambiental mínimo.

O Contexto: Descarbonizando os Oceanos na COP30

O setor de transporte marítimo é responsável por quase 3% das emissões globais de dióxido de carbono. Encontrar alternativas viáveis aos combustíveis fósseis, como o óleo bunker, é uma das tarefas mais urgentes na luta contra as mudanças climáticas. O hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis, surge como o candidato mais promissor para essa transição.

A escolha de apresentar o Explorer H1 na COP30 em Belém é altamente simbólica. O evento, sediado no coração da Amazônia, coloca o foco global sobre a necessidade de soluções sustentáveis e inovadoras. Ao liderar esta iniciativa, o Brasil não apenas cumpre metas de sustentabilidade, mas também se projeta como um polo de desenvolvimento e exportação de tecnologia verde, aproveitando seu vasto potencial para a geração de energias renováveis, fundamental para a produção do hidrogênio verde a custos competitivos.

Este projeto é um testemunho da capacidade de inovação resultante da sinergia entre empresas privadas e instituições de pesquisa. Ele demonstra que a transição para uma economia de baixo carbono, embora desafiadora, é um horizonte alcançável e um oceano de oportunidades para as nações que ousarem navegar na frente. O Explorer H1 não é apenas um barco; é uma mensagem poderosa de que o futuro da navegação começou, e ele é verde, silencioso e brasileiro.

Referências

* GWM Global. (s.d.). Future Technology - Hydrogen Energy. Acessado em 28 de setembro de 2025, de https://www.gwm-global.com/innovation/futuretech.html

* FTXT Energy Technology Co., Ltd. (s.d.). Marine Shipping Solutions. Acessado em 28 de setembro de 2025, de https://en.ftxt-e.com/solution/shipping.htm

* JAQ H2. (2025, fevereiro 10). Project launches hydrogen-powered boats. JAQ H2 Blog. https://www.jaqh2.com.br/en/blog/projeto-lanca-barcos-movidos-a-hidrog%C3%AAnio-verde

* Rodriguez, H. (2025, setembro 28). Primeiro barco a hidrogênio do mundo usa tecnologia da GWM e estará na COP30. Quatro Rodas. https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/primeiro-barco-a-hidrogenio-do-mundo-usa-tecnologia-da-gwm-e-estara-na-cop30/

* Logweb. (2025, setembro 24). Embarcações a hidrogênio verde da GWM serão apresentadas na COP30 em Belém. https://logweb.com.br/embarcacoes-hidrogenio-verde-gwm-cop30/

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